A pecuária vem passando por um processo constante de modernização. Já não existe mais espaço para aquela pecuária extensiva e extrativista que predominou por tantas décadas e que andava junto com a abertura de novas fronteiras do Brasil. Hoje nossa pecuária é uma pecuária competitiva mundialmente e que representa 23% da pauta de exportações do agronegócio brasileiro.Sendo assim a palavra-chave para o sucesso desta pecuária é produtividade.
E para se obter produtividade do rebanho se faz necessário além de investir em sanidade e genética também investir em nutrição.E não existe fonte mais barata de nutrir o gado do que o capim.Mas existe um grande vilão que compete com o capim nas pastagens e que precisa frequentemente ser controlado.É a planta daninha.Pela sua arquitetura foliar,e pelo seu sistema radicular profundo ela compete em água,luz,espaço e nutrientes.Além disso a planta daninha pode ser tóxica ao gado ,levando-o á morte.Também pode causar ferimentos nos animais caso tenha espinhos.Pode servir de hospedeiro para parasitas e pragas.Vai causar depreciação na propriedade devido aos seu aspecto visual.Também vai diminuir a capacidade de suporte daquela propriedade,ou seja, onde existe planta daninha,existe menos capim e portanto vai ter que se diminuir o número de cabeças por hectare naquela área. E por último onde se tem planta daninha normalmente vai se antecipar a reforma da pastagem pois se chega num ponto em que não existe mais stand de capim e a única saída é reformar o pasto.
Existem basicamente três métodos de controle de plantas daninhas. São eles:
- Roçada manual ou foice: tem baixa eficácia porque a planta daninha rebrota, torna o sistema radicular mais vigoroso, tem baixo rendimento, causa perfilhamento da planta daninha após o corte e necessita de muita mão-de-obra
- Controle mecânico: além da baixa eficácia, dos problemas de rebrote e perfilhamento ainda tem a desvantagem de a roçadeira não ser seletiva porque corta a planta daninha e o capim e outra desvantagem é que tem de ser repetida periodicamente
- Controle químico: se faz através do uso de herbicidas principalmente á base de 2,4D e picloram, que são sistêmicos e portanto agem controlando a planta daninha até a raiz.São totalmente seletivos não prejudicando o capim. Possuem alto rendimento operacional e necessitam de pouca mão-de-obra, principalmente quando a aplicação se dá através de equipamentos tratorizados.Além disso tem custo-benefício bastante favorável quando comparado aos outros métodos de controle.Portanto hoje é o método de controle mais barato e eficiente. Ele deve ser feito na época das águas,e as indicações de produto, dose, manejo e equipamento a ser utilizado deve ser feita por profissional especializado após visita á área em questão.
Também podem ser utilizados produtos á base de triclopyr para o controle de palmáceas.E também picloran puro no caso de lenhosas de difícil controle,sendo que neste caso se corta a planta rente ao solo e se aplica o produto no toco até o ponto de escorrimento,obtendo assim a melhor eficiência no processo.
Existem alguns fatores-chave de sucesso para uma boa aplicação de herbicidas que são:
IDENTIFICAÇÃO DAS PLANTAS INVASORAS – um dos fatores chaves do sucesso no controle de plantas invasoras é conhecer as espécies de plantas invasoras, seu estádio de desenvolvimento, suas características , sua susceptibilidade ao herbicida, sua frequência e outros aspectos que ajudam a definir qual o produto a ser utilizado, a dosagem e o momento da aplicação.
PREDOMINÂNCIA DE PLANTAS DANINHAS – em uma infestação mesclada de plantas invasoras ( característico de áreas de pastagem ) temos que identificar quais são as espécies de plantas invasoras predominantes e a sua susceptibilidade ao herbicida, que será de fundamental importância para definição da dosagem do herbicida a ser utilizado e estratégias de controle.
ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO – recomenda-se a aplicação do herbicida quando as plantas daninhas estiverem em pleno estádio de desenvolvimento vegetativo. Caso as plantas estejam em estádio de florescimento, recomenda-se a roçada das plantas e posterior aplicação, quando as invasoras estiverem bem enfolhadas.
REGIME DE CHUVAS /ÉPOCA DE APLICAÇÃO – para garantir a efetividade do produto no controle das plantas invasoras é importante que não haja deficiência hídrica no solo e as temperaturas do período sejam adequadas ao desenvolvimento das plantas invasoras e o capim. Dessa forma, o ideal é aplicação do herbicida na época quente e chuvosa onde ocorrerá uma maior absorção e translocação do produto e consequentemente, maior eficácia.
MANEJO DE APLICAÇÃO – nas áreas onde as plantas invasoras estiverem em estádio de florescimento, recomenda-se o manejo de aplicação que é a roçada das plantas invasoras, aguardando a retomada do desenvolvimento vegetativo para realizar a aplicação do herbicida. É necessário que a planta invasora roçada atinja um bom enfolhamento , tendo uma boa quantidade de folhas para absorção de uma quantidade de herbicida suficiente para a translocação para todo o sistema radicular.
Existem basicamente três tipos de equipamentos de aplicação de herbicidas em pastagens que são:
- Pulverizador Costal Manual: Indicado para pastagens com infestações inferiores a 35% de cobertura da área total.
- Pulverizador Tratorizado: indicado para aplicação em área total quando houverem infestações superiores a 35 a 40% Neste caso existem dois tipos de equipamentos conforme as fotos a seguir: de Barra e Jatão.Sendo que o Jatão é recomendado para aplicação em área total de plantas invasoras de porte médio, pois se houver plantas muito altas (>2,0 m), há risco de efeito guarda chuva.
- Aplicação Aérea: Esta é uma excelente alternativa de aplicação principalmente para as áreas de fazendas de maior extensão,sendo que reduz sensivelmente a quantidade de mão de obra para aplicação, além de executar o serviço com maior agilidade.
E por último uma questão importante para se obter um bom resultado econômico na utilização de herbicidas em pastagens é o acompanhamento por parte de técnicos especializados, que hoje os principais revendedores de herbicidas no Brasil possuem em seu quadro de funcionários para que seja feito um bom levantamento da área infestada, e com isto se aplique o produto correto, na dose correta e que tenha um controle satisfatório das invasoras,Tornando-se assim a alternativa mais econômica para o pecuarista na recuperação de sua pastagem. E com isto o mesmo poderá intensificar ainda mais sua propriedade, aumentando assim a capacidade suporte da mesma e trazendo por consequência mais receita ao seu negócio.
Fonte: Arysta LifeScience